quarta-feira, maio 07, 2003

"A verdadeira viagem de descoberta não consiste em procurar novas paisagens, mas em ter novos olhos.”

Marcel Proust

terça-feira, maio 06, 2003

Da Chegada do Amor

Sempre quis um amor
que falasse
que soubesse o que sentisse.

Sempre quis uma amor que elaborasse
Que quando dormisse
ressonasse confiança
no sopro do sono
e trouxesse beijo
no clarão da amanhecice.

Sempre quis um amor
que coubesse no que me disse.

Sempre quis uma meninice
entre menino e senhor
uma cachorrice
onde tanto pudesse a sem-vergonhice
do macho
quanto a sabedoria do sabedor.

Sempre quis um amor cujo
BOM DIA!
morasse na eternidade de encadear os tempos:
passado presente futuro
coisa da mesma embocadura
sabor da mesma golada.

Sempre quis um amor de goleadas
cuja rede complexa
do pano de fundo dos seres
não assustasse.

Sempre quis um amor
que não se incomodasse
quando a poesia da cama me levasse.

Sempre quis uma amor
que não se chateasse
diante das diferenças.

Agora, diante da encomenda
metade de mim rasga afoita
o embrulho
e a outra metade é o
futuro de saber o segredo
que enrola o laço,
é observar
o desenho
do invólucro e compará-lo
com a calma da alma
o seu conteúdo.

Contudo
sempre quis um amor
que me coubesse futuro
e me alternasse em menina e adulto
que ora eu fosse o fácil, o sério
e ora um doce mistério
que ora eu fosse medo-asneira
e ora eu fosse brincadeira
ultra-sonografia do furor,
sempre quis um amor
que sem tensa-corrida-de ocorresse.

Sempre quis um amor
que acontecesse
sem esforço
sem medo da inspiração
por ele acabar.

Sempre quis um amor
de abafar,
(não o caso)
mas cuja demora de ocaso
estivesse imensamente
nas nossas mãos
.
Sem senões.

Sempre quis um amor
com definição de quero
sem o lero-lero da falsa sedução.
Eu sempre disse não
à constituição dos séculos
que diz que o "garantido" amor
é a sua negação.

Sempre quis um amor
que gozasse
e que pouco antes
de chegar a esse céu
se anunciasse.

Sempre quis um amor
que vivesse a felicidade
sem reclamar dela ou disso.

Sempre quis um amor não omisso
e que sua estórias me contasse.
Ah, eu sempre quis uma amor que amasse.



Lágrima do Sétimo Dia
Por favor
não me calem quando eu chorar
É atestado de ciso
é o mesmo que riso
quando eu chorar
Sou poeta
e chorar é minha musculação
Exercício.
Por favor não me incomodem quando eu chorar.
É o macaco
feliz da mutação
é lavação de olho
é a costela de Adão
sentindo
sem ninguém questionar
É Deus descansando
em emoção no sétimo dia
depois de delirar.


segunda-feira, maio 05, 2003

estou farto , do lirismo comedido dos bebados, dos tolos.
quero sugar a vida de trás para frente, sendo inusitada,
provocando risadas de nervoso e muito frio na barriga.

vida louca vida,
vida imensa !!!!!

Socorro !!!!!

por vezes os sonhos nos atropelam, por outra nos deixam na mão, com o polegar em riste na beira da rua, a esperar que passem e nos levem de carona.